Há tantos filósofos que constroem sistemas que só têm em conta a sua visão do mundo!
E, muitas vezes, esta visão, necessariamente limitada, reflecte as suas insuficiências espirituais, psíquicas, intelectuais ou até físicas.
Sem falar daqueles que, procurando cultivar a originalidade, apresentam teorias insensatas.
A verdade é que só existe um sistema de explicação do Universo, que se refere àquilo que são o Criador, a Criação e as criaturas, e o filósofo, nas suas meditações, deve esforçar-se por encontrar os fundamentos desse sistema.
Depois, é normal que ele exprima os resultados das suas pesquisas consoante o seu próprio temperamento, a sua sensibilidade; podemos dizer também: "com a sua voz".
Um cantor que tem de interpretar o que está numa partitura só pode fazê-lo com a sua própria voz e exprime, por intermédio dela, tudo o que ele próprio é, o seu ser profundo.
Mas tem de respeitar a partitura, não pode cantar notas diferentes daquelas que estão escritas.
Do mesmo modo, um filósofo não tem o direito de cantar outra coisa que não seja o que está inscrito no grande Livro da Vida, só tem o direito de o cantar com a sua própria garganta.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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