O ser humano desceu das regiões celestes por um processo a que se chama "involução".
À medida que esta descida à matéria progredia, enquanto ele se afastava do fogo primordial, foi-se cobrindo de corpos cada vez mais densos, até ao corpo físico.
Exactamente como no inverno, quando temos de enfrentar o frio, somos obrigados a vestir várias peças de roupa: camisola interior, camisa, pulôver... até ao sobretudo.
Para tomar agora o caminho de regresso ao Alto, o ser humano deve despir-se, simbolicamente falando, ou seja, deve livrar-se de tudo o que o torna pesado: em vez de querer acumular todo o tipo de coisas heterogéneas, tem de aprender a renunciar, a libertar-se.
É a acumulação que favorece a descida.
Cada pensamento, sentimento ou desejo, que não seja absolutamente espiritual, cola-se a nós como a geada aos ramos das árvores, no inverno.
É preciso que o Sol da primavera volte a brilhar, para que a geada derreta e nós reencontremos o nosso verdadeiro ser.
Quando conseguirmos livrar-nos de tudo o que acumulámos em nós de inútil, sentir-nos-emos atravessados pelo sopro divino*.
Ver cap.VII
O yoga da alimentação
Colecção Izvor
Sem comentários:
Enviar um comentário