Nada é mais fácil do que ver o fervilhar dos desejos e das paixões; quase não se encontra outra coisa nos humanos.
O que é raro, quase impossível de encontrar, é a inteligência que pesa, seleciona, compara e escolhe, que é a mais preciosa.
Infelizmente, os humanos não querem nada com ela e dizem: «Se pusermos sempre a inteligência e a razão em primeiro lugar, teremos de renunciar a certos prazeres, e fazer esforços constantes para estarmos sempre lúcidos, para nos dominarmos, e não queremos isso.»
Dizer tal coisa é confessar que se é cego e limitado, porque, pelo contrário, todos seriam mais felizes se tivessem lucidez suficiente para discernirem a natureza dos seus próprios desejos, dos seus impulsos, e fazerem uma escolha.
Como pode alguém ser feliz quando é cego?
Quem nada vê, nada pode prever para se proteger, e fica à mercê seja do que for.
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