Não é por cortar um membro que um homem se liberta dos desejos que o atormentam.
Os membros limitam-se a executar as ordens que lhes chegam de cima.
Reparai: um braço pode bater e também acariciar, pode assassinar ou pode salvar.
Porque se há de acusar o braço?
Ele não tem culpa, não é responsável; dão-lhe ordens, boas ou más, e ele executa-as.
Suponhamos que um homem quer amputar os seus órgãos sexuais; deixará de poder satisfazer os seus apetites e os seus desejos, mas estes não desaparecerão.
Houve seres que, no ardor da sua fé, se mutilaram para, supostamente, se salvarem do Inferno, mas ficaram noutro Inferno, e ainda mais ardente!
Há que deixar os membros sossegados; é no pensamento, no sentimento, na alma, que devemos fazer um trabalho de purificação.
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