Um rapaz e uma rapariga começam a amar-se: encontram-se de vez em quando, escrevem-se, e as prendinhas que dão um ao outro, as pequenas madeixas de cabelo, a menor flor ou uma simples pétala de rosa, são para si como talismãs carregados de um oceano de eflúvios, e sentem-se felizes, estimulados, inspirados...
Ele é um cavaleiro, um príncipe, e ela, a Bela Adormecida!
Vivem na poesia, passeiam, trocam olhares, tudo se torna belo, o seu amor é puro, ideal.
Mas, no dia em que começam a querer viver o seu amor de uma forma mais concreta, a poesia desaparece e é substituída pela prosa.
Direis: «Mas não se pode ficar sempre pelo lado ideal.»
É a vossa opinião.
Se quiserdes descer, pois bem, fazei-o, mas deixareis o reino da verdadeira poesia, da verdadeira beleza, e até a vossa alegria será menor.
Então, enquanto conseguirdes, guardai uma certa distância no amor, porque é precisamente essa distância que vos preencherá, que vos inspirará.
Graças a ela, podereis continuar a amar.
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