A moral e a religião aconselham-nos a esquecermo-nos de nós próprios para só pensarmos nos outros.
Isso é magnífico, mas será mesmo realizável?
Perguntai ao Sol: «Ó Sol, tu que iluminas todas as criaturas, as aqueces e as vivificas, só pensas realmente nelas?»
Ele responder-vos-á: «Nada disso! só penso em mim!
Se distribuo as minhas bênçãos a todas as criaturas, é por mim que o faço, porque me agrada.
Por isso, nunca me preocupo em saber se elas merecem tudo o que lhes dou, não me interessa; deixo-as tranquilas e livres, mas continuo a iluminá-las, a aquecê-las, porque me dá prazer a mim.»
Como estais a ver, mesmo o Sol concorda em que a necessidade de cada um se ocupar de si próprio nunca desaparece, apenas assume formas diferentes, consoante o grau de evolução dos seres.
Devemos ocupar-nos dos outros, sim, mas para o nosso próprio prazer, para o nosso próprio avanço, porque não podemos esquecer-nos de nós, renunciar a nós, é impossível.
Porém, é preciso pensarmos em nós de uma maneira nova, até esse pensamento ser tão desinteressado, tão generoso como o Sol.
MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV
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