A maioria dos humanos vive sem luz, sem amor, sem consciência das suas responsabilidades, e passa o tempo a espalhar à sua volta pensamentos e sentimentos tão poluídos, tão malsãos, que a atmosfera da Terra parece um pântano, uma água estagnada onde fervilham animalejos de toda a espécie, que nela lançam detritos e excrementos que todos os outros são obrigados a absorver.
Sim, é esta a triste realidade: uma cidade não é mais do que um pântano onde os humanos despejam as suas angústias, as suas invejas, os seus ódios e os seus desejos não satisfeitos.
Se fossem um pouco clarividentes, veriam formas horríveis, negras, viscosas, saindo de um grande número de criaturas e indo acumular-se nas diversas camadas da atmosfera.
Mas, mesmo que não se veja nada, em certos momentos é impossível não se sentir, sobre as cidades, algo de espesso, de pesado, de tenebroso.
É preciso que as pessoas se apercebam de que existe esta atmosfera psíquica.
Se cada uma tomasse precauções para produzir menos miasmas e trabalhasse para encher o espaço de pensamentos puros, luminosos, benéficos, como as coisas nunca permanecem no mesmo lugar - pelo contrário, propagam-se -, essas ondas purificadoras seriam uma bênção para a humanidade.