As regras que se ensina aos estudantes nas Academias de música, de pintura, de escultura, são úteis, mas tendem a estereotipar a vida.
Os grandes músicos, como todos os grandes artistas, obedecem a outras leis, porque têm acesso a mundos superiores, dos quais lhes vem a sua inspiração.
Todos os grandes criadores foram seres capazes de se projectar até às regiões espirituais e de transcrever o que viam e ouviam.
A verdadeira inspiração é isso: conseguir apropriar-se de uma centelha divina, para iluminar a alma dos seres humanos.
Os artistas modernos, pelo menos a maior parte, não procuram a inspiração: manipulam, combinam, divertem-se.
Mostram, sem dúvida, muita imaginação e muita originalidade, mas, nos seus trabalhos, não se sente a centelha divina.
Porquê?
Porque eles não têm verdadeiros critérios espirituais.
Para todos os que sentem uma vocação artística, isto deveria estar bem claro: antes de criarem, têm de compreender a necessidade de se elevarem a um estado interior de pureza, a fim de, por assim dizer, fotografarem ou gravarem um estado celeste, captarem e apreenderem, pela cor, pela forma, pela melodia ou pelo gesto, a harmonia do Alto*.
Ver cap. VIII
A vida psíquica: elementos e estruturas
Colecção Izvor
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